poesias, prosas, desabafos, comentários jurídicos e outros pontos e contos. Contato: idiliooliveira@hotmail.com ; idiliooliveira ( Skype ) ; idílio araujo ( facebook )
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
saudade invenção da dor
pra disfarçar
que dói
tanto
que adormeçe os sentidos
e se pensa
é só saudade
não é dor
Zara Feus
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
sentença condenatória
É o relatório
julgo.
" acalma a tua dor, não te culpes
se o sofrer te corroe a carne e o espirito
não te culpes
não fiques por isto em desalento
mesmo que chagas mascerantes te desnude o peito
ainda assim serás luz imortal
e não precisas prosseguir de rastros
os teus olhos são dois astros
e falam de amor
nem que te pese horror terrível
não te culpes. " Idílio Araújo.
domingo, 22 de agosto de 2010
penas perdidas
nem encarar frases que ficaram no ar
não quero voltar a penas perdidas
em busca de amores vazios
para ocultar a minha dor
estou aqui e posso dizer o que vivi
e a vida segue sem um fim
só essa certeza é o guia que se interpõe
entre o meu eu de agora
e o que desenhei na história
não quero flutuar em um passado
nem encarar a íris do tempo
busco a ausencia das ilusões
seguirei estradas mais seguras
com os pés plantados na certeza
serei meu guia no fim do mundo
sábado, 21 de agosto de 2010
asas partidas - Para Fernanda
e você voltando
a casa vazia e um silêncio asfixiante
a vida lá fora, o medo do mundo
as dores perdidas e o erro sem volta
o amor que se perde
a sua mágoa que grita
volta! volta!
pedaço de mim dilacerado
quando caminhas perdida na chuva
e minha mão não pode abriga-la
pois não nascestes de mim
a minha angustia é proteção
o meu grito ecoa no escuro
a minha tragédia é o conhecimento
a minha crítica preocupação
imagine a porta aberta
e mesmo que pareça fácil
imagine a casa sem um de nós
não uma ausência efêmera
mas a partida sem voltas
não poderia imaginar-te assim
eis que mesmo que não nascendo de mim
és pedaço meu
pedaço de mim
idílio para Fernanda
Tássia
Ouça meu amor
agora que inicias a vida
e os sonhos buscam a hora da partida
não permitas que a ilusão te reduza a pó
Vais meu amor
o meu peito já está cansado
e o meu sonho ferido
que posso te dar
se nao um sim e um não
A minha vida nao foi fácil
e a tua sonhei leve
imaginei para ti
nao uma alma deserta
Mas noto que nao podem ser minhas
as decisões que são tuas
e sinto um vazio imenso
mas meu amor não se vai
meu interesse é assim
ter você sempre perto
e eu entenderia e compreendo se estáis voltando
eu te amo
e isto é suficiente
Idilio. 11.2004
coma
foi o primeiro depois da minha morte
o dia em que viajei
talvez pelo caminho que não queria
mas confesso
quando senti o corpo desfalecer
e todas aquelas pessoas ao meu redor
a tocar meu corpo sem dor
e mesmo sem comando de mim
as palavras tocavam minha alma
ouvia tudo sem medo
sem lembranças da dor que deixaria no mundo
o gelo percorreu meu corpo
petrificando suavemente em um percusso lento
dos pés ao peito
o despertar com uma agulha a rasgar a carne
e a dor no peito a sair da garganta
em um suspiro mórbido
o alívio da volta
o corpo traído por uma entranha que trabalhou mal
e o sonho interrompido por um som estranho
pi...pi..pi...
escrevendo uma saudade
pra que tanta pressa
voltarei um dia , mas espera
não tem que ser agora
espera...espera...
idilio em 27.03.1996
pesqueira
que também teve seu berço
às margens do ororubá
o páramo a derramar estrelas
e o trigo que cresceu lá
o sonho que partiu mar adentro
voltar! voltar!
a plus do agreste
em ladeiras que tocam os céus
de cordizes e profetas
poetas de xavantes a xucurus
e sobe a araújo maciel
terra mãe gentil que embalou a lira
do cantor sem voz que nasceu e cresceu lá
às eiras da serra do ororubá
hora verte a toga
que é a porta da lira
de moacir a idilio
da noite de lá
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
filho
Filho é pedaço de mim
é um amor assim
além do limite do fim
é o eterno
pois está sempre alí
sem voltar nem partir
filho é certeza
é a iris dentro do olho nu
é a boca que espera o riso
é a lembrança antes de partir
filho é assim
o complemento de mim
o que eu sou
não reflete na minha esperança
o que penso ou invento
está em um fim
além de mim
filho é assim
e o que seria
a minha história
sem todas as metades de mim.
idilio 28.12.2005
dois pontos
Há um sonho esquecido no ar
Que não permite o homem chorar
E chorar bem que é preciso
É preciso voltar
E a lágrima é uma viagem
Entre a nostalgia e o calar
Há uma paz esquecida no ar
Que não permite o homem sonhar
E sonhar bem que é preciso
É preciso calar
E o sonho é uma viagem
Entre o que já se foi
E o que seria
Se fosse diferente
felicidade
Quando se poderia entender um mundo sem dores
Sem despedidas , sem amanhã, entenderia que sozinho não poderias sentir felicidade
Entenderias que sozinho o mundo é vácuo,
Mas entenderias um mundo sem partidas?
Compreenderias seguir um depois
A minha alma anseia por dias melhores, mas não compreende a necessidade insofismável da dor
Da lágrima que se verte em despedidas
Poderias fascinar o amanhã sem dores, mas compreenderias a lágrima sozinha
E se permitirias viver por viver?
O meu amor é triste, a minha alegria vendaval, enquanto houver quem pulse e externe no coração um grito de desespero, enquanto uma alma lacrimeje a dor da tempestade
A minha solidão é vendaval, e caminha ao longo dos passos da humanidade perdida
Como poderias te dizer que fui tristeza ou alegria
Como poderia sorrir ao mirar tua Iris em prantos
E o teu grito abafado pela tua desdita
Comove a minha entranha
Entorpece meu amanhã
Preferias tu que gritasse teu nome e clementes endereçastes a mim tua esperança
E eu apenas lamento teu desespero
E diria
Que dor trago a corroer minha alegria e juventude?
Imagine o mundo distante da despedida
E na volta o esquecimento, sem nomes , sem passado
Apenas a lembrança do que fui perdida entre vidas
O meu querer é pouco
O teu lamento escravidão
Viver dia a dia sem se lambusar em lágrimas
Viver dia a dia sem misturar teus passos
Não permitas tu alma impura
Que o passado direcione teu amanhã
Te pergunto tresloucado amigo
Porque viver do que fui?
Misturar dores embeber prantos
Olvidas vidas , segue em frente na felicidade permitida
Volver sua marcha é perder a visão do amanhã
Efêmero perdido amigo
Sem sentido a solidão do momento, sem motivos os prazeres perecíveis
Desenlace e marche
Meu nome?
Leonardo
Idilio em 30 de abril de 2010
o terceiro milagre
Existirá um terceiro milagre
Ou a vida se mostrará efêmera?
Uma porta sem volta
Um tempo nu
Que estrada se mostrará depois da vida?
Que caminho trôpego
De uma malsinada espera ?
Que tempo?
Que vento se embriagará de mim ?
Que volta ou dor em sustenido
Se rirá de mim
Eu vou seguindo assim
Não sei da estrada
Mas sei será assim
Existirá um terceiro milagre
E a morte não será o fim
Uma porta e uma volta
Um tempo nu
Eu sei será assim.
Idilio em 21.02.04
os espelhos que nos viram
nos espelhos que nos viram
petrificar teu sorriso
na boca que te espera
se cada espelho foi janela
pra alma
queria encontrar-te nos espelhos
que nos virão
mesmo que utópico o amanhã
mesmo que no infinito
percorre-se os espelhos
e meu rosto se perca
nas vidas que enlaço
queria ainda assim
encontrar-te
em rostos e vidas
no espelho que reflete
nossa história e voltas.
idilio
haverá alegria no fim ??
que devassa a alma
que arranca lá do ventre
o desejo de não nascer
talvez exista alegria no fim
pois o fim é efêmero
e o começo de um mundo
sem aqueles que padecem
todo fim tem dois lados
um que é fábula, que esconde
que mente que não sente
o outro é chegada é nova estrada
a porta para o desconhecido
é o fim, portanto não tem passado
é assim, somente o fim
não tem espelhos
não reflete mais nada
não tem tristesas
não esquece
é simples
é o fim
só tem que seguir
o fim não volta jamais
há quem duvide se anda em alguma direção
se for fim
não tem mais memórias
será o fim
não tem para onde seguir
é o fim.
idilio em 07.03.2009
direito ambiental
O objetivo da tese é discutir "a vida" sob o enfoque do Direito. A vida como bem supremo, tutelado pelo Direito.
Nesta ótica, caminharei nas diretrizes do Direito Internacional penal Ambiental, tendo em vista a preocupação institucional com a vida e o crescimento vertiginoso na comunidade internacional na última década, com governos e instituições internacionais debatendo, estudando e propondo, na seara jurídica, através de tratados, convenções, sanções e normas internas, alternativas para a defesa e a preservação do planeta.
O Brasil, só recentemente, e tardíamente, vem dando sinais de preocupação com tal problemática.
Um avanço significativo foi dado em 1988, quando da elaboração da atual Constituição Federal, pois, com ela, nos foi legado institutos que nos permite a estruturação de uma legislação ecológica e ambiental forte e coerente , apesar de ainda pouco explorada.
Quando se detém o olhar, da questão ambiental, no Brasil, pela minuscúla iris do Direito penal, constata-se a dificuldade da tipificação das condutas destrutivas do ambiente, quiça, quando tipifica-se, considera-se, em sua maioria, crimes de menor potencial ofensivo, desconsiderando-se o principio da proporcionalidade entre o bem jurídico tutelado e a pena, sendo esta questão, um dos problemas focalizados nesta pesquisa.
Buscamos demonstrar que a vida e o meio ambiente deveriam, com mais rigor, serem tutelados jurídicamente pelo estado através da lei penal, uma vez que o Direito penal é a derradeira forma de controle social, o ocaso da preservação da vida e da proteção das gerações futuras.
Destruir a natureza é destruir a vida no planeta: o que não é apenas um crime ecológico, mas um desvio cosmológico, uma vez que o planeta faz parte da vida cósmica, do sistema planetário.
Delimitamos o nosso estudo nos crimes ecológicos de destruição do direito humano a o global common. O delito contra o meio ambiente que tem como objeto tutelado o global common, é crime contra a vida, a forma mais hedionda de crime, visto que, a destruição lenta e irreversível do ambiente, é a eliminação da vida humana.
É nosso próposito, discutir questões, analizar as penas e os crimes ambientais em cotejo com o principio da preservação das gerações futuras e apresentar sugestões que possam colaborar com a instrumentalização da sociedade na guarda eficiente da ordem natural, dentre elas a elevação dos crimes ambientais a crimes hendiondos de per si.
Evidencie-se que a majoração das penas para os crimes ambientais que atentam contra o global common e a sua consideração de hendiondez, permitirá aos Tribunais brasileiros atender a um dos principios norteadores do direito ambiental, qual seja a proteção das gerações futuras na aplicação das penas, através de decisões mais justas e mais severas. Esta visão está em concordância com Pedro Sérgio dos Santos, na observação de que "a vida enfocada em seu contexto como sistema ecológico , tem merecido nos últimos tempos um olhar mais cuidadoso do Direito , motivando legisladores, julgadores e doutrinadores a refletir e producir um instrumental jurídico-normativo que pelo menos sirva para minimizar os dramas ecológicos e ambientais globais e regionais".
A relevância da questão ambiental secundando a ótica do Direito penal e a preservação das gerações futuras, motivou reflexões e estudos que tiveram importância decisiva na escolha do tema dessa pesquisa.
Através da consulta da legislação e jurisprudência, de entrevistas com especialista na área do Direito Internacional Penal ambiental, análise do impacto das decisões dos tribunais e a proteção do meio ambiente, além do estudo de Direito Comparado entre Brasil e Argentina, e busca bibliográfica, serão coletados dados para a fundamentação da pesquisa e consequentemente a proposta de elevação das penas no que tanje aos crimes ambientais global common , além da possibilidade de reconhecimento da hediondez de tais delitos.
o global common
imaginar vida humana sem meio ambiente é impossível
pensar o Direito como possibilidade de permanência da vida humana é indispensável
crer no poder coercitivo da sanção penal como fonte inspiradora de proteção às gerações futuras, é suficiente
entender que a destruição lenta da humanidade através de práticas dolosas ou culposas contra o meio ambiente são crimes hendiondos, é necessário
imaginar um outro mundo possível, um mundo onde a humanidade permanecerá
é o objetivo
os restos de nós
tua diva e mulher
te amei como amam as loucas
te imaginei meu
e menti
fui tua flor e te desejei
feito megera
te trai dia e noite
chorei por ti feito mãe
que espera
amor meu
que tempo abraçaria nós dois?
que mágoa partiria sem volta?
se te quis sem saber
sem entender
o que era feito de nós
e agora
sentada estou e observo os restos de nós
e pergunto
valeu a pena amor??
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
purificar e destruir
é ser esquecido e abortar os sonhos
é viver por viver
não por decisão unilateral
mas por imposição dos "justos"
é amargar a tua desdita
e esperar o dia para dormir no amanhecer
é parecer despercebido e sentar em frente ao mar
se embriagar sozinho
é querer partir e não ter forças pra deitar
injusto é ter que ouvir "os justos"
é derramar pela boca
o gosto amargo da impotência dos fracos
é a covardia dos infelizes
de manter-se triste e lacônico
é a imprudência conformista
por falta de vontade no desejo insano
de viajar por além mar
de esquecer seu mundo
perder o juízo
de ir pro extremo do escuro
e ficar quieto
observando o trem passar
injusto é amar um retrato
é se perder em um fato
é enlouquecer na voz
injusto é ter que provar que não fez
o que ficou perdido e dito
é sorri com os olhos naufragados
idilio
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
mano Filipe
Acho
Caminhou
Na
E lembrou
Da
Buscou João
Na
Nadou na
Chorou
E sorriu
Acho
E
E o
meu nênê
Dorme
O
Dorme
Dorme
A
No
Dorme
A
Dorme
"a
Vai
A
Vem
mon premier amour
Mon premier amour
Là bas!
Quand j'étais jeune
J'avais mon premier amour
L'amour restait dans le passé
Aoujourd'hui
Quand je regarde pour la fênetre
Du passé
Je suis seulement à regarder
Pas retourner
Tout lieu est joli
Et mon jour infini
Je ne pense pas retourner
Vous ne savez pas
Quand j'étais petit
J'aimais comme aoujourd'hui
L'amour cést l'amour
N'importe quel temp
N'importe quel jour
Mais dans l'amour
Pas retourner
Parfois seulement
Regarder pour la fênetre
Du passé.
Idílio
pas comme ça
Je suis parti
Pardon mon chére
Quand un homme tombe
Son âme se trouve
Rendit all'à travers le monde
Son âme se trouve foncée
Je suis parti
Pardon mon joli
Change l'avie
Voilá la mort
Dites-moi
S'il vous plaît
Que faisons-nous aujourd'hui?
Ou sommes-nous?
A quelle heure finit la douleur?
Je ne comprenne pas
On part
Un peu seulement
Est trés diffficile la vie
Quand un home tombe
Son âme se trouve foncée.
Idilio.
Pesqueira ( o jardim das ladeiras )
E corria o menino livre do sonho
A namorada no jardim das ladeiras
E corria prado num convento alado
E fugia da matriz com medo de Águeda
Buscando ser rei da menina Dorotéia
Que se escondeu no Cristo Rei
Às margens do seminário
Do mundo infante
E subia como Araújo Maciel
Se escondeu no céu do ororubá
E a fábrica ruminava a lembrança
De uma vida
"Admiráveis beatles" índios das ladeiras
Entre o União e Comercial
Bananeiras
O profeta também fugiu pro céu
Baixa, baixa a vida pelo canal
E a praça a visitar o maestro
Com seu piston e o dedal
E o motorista sublime pai e filho
Também foi índio no pé da serra
Mas fundou o "doutô" e poeta
Da atenas do Agreste
Viva seu Chacon
Viva a menina de cabelo de trigo
Amoréco velho amigo
Viva a lágrima esquecida
Na dor suprema
Do terceiro de uma raça
Voltei e encontrei Pesqueira
Terezas num sobe e desce ladeiras
Suzanas e a cachoeira
Cataratas do ororubá.
Idílio araujo
novo aeon
Novo aeon
eu sonhava com um lugar mágico
onde todas as dores se dissolveriam
assim como se falava na Bahia
um lugar sem descaso sem insulina
e coisas mais
eu sonhava com um céu diferente
sem o choro e sem a solidão
eu imaginava essa viagem pras estrelas
e lá a cidade perfeita sem sinos e coisa
assim
sem relógio e sem voltas
um lugar sem portas
eis me aqui
de volta
no inicio de mim
de volta em frente a porta que sai
eis me aqui, no mesmo instante e lugar
que deixei
antes de vir
e segui
nada de ilhas ou mundos desiguais
nada de idiotas a dizer-me queixas
na saída de mim
apenas a mesma porta e a mesma casa que deixei
antes do fim
antes de me deixar partir
mas estou cansado e meu corpo pesa mais
muito mais
não sei bem se é o inicio ou ofim
mais sei bem não é o meio
da jornada que pensei
existir depois de mim
não sou mais eu mesmo
mas sou assim
idílio inspirado por Raulzito
o demônio do meio dia
Tempos de deslizes e reações
Tempos de nada sentir nem dor nem razão
E de tempos em tempos uma lágrima e um sorriso
Tempo roubado e tempos perdidos
E de quando em vez a lembrança de vida vazia
O poder e o descaso, o aplauso e o desprezo
A sinfonia de vida bela e a vida em branco e preto
Tempos e tempo de fragilidade e demônios
Entre o dia e o ocaso, entre a noite e um novo amanhecer
Tempo de espera e tempo de partir
Tempo de mim e tempo sem mim
Homens e magias de vidas e voltas
Tempo de filhos e tempo de solidão
Quem dera entender que cada tempo é único
E de nada eterno
que o agora é passado
A dor estação de inverno
Espera , tempo de espera
Amanhã será tempo presente
E essa dor não mais aperta
Será tempo perdido será tempo esquecido
Idilio 29.09.2007.
ocaso
O dia se eterniza na noite
No ocaso
não se sabe onde é dia
Se há noite
Um dia, só um dia nada mais
Uma penumbra encobre o olho que vê
Uma parte que vive e o dia que não se está nascendo
E a noite que não sabe que está morrendo
Sabe-se apenas que é parte e que chega e que parte
Que meu peito cante e que eu possa ser feliz
Que essa dor que trago a derramar a minha alegria
Seja a lira que entoa o meu canto
E que meu canto seja a espada que fere a toga
E que a toga espante a dor e que a dor morra de desprezo e apatia
Fria como a íris que nada vê
Apenas sente
E sente que às vezes mente
Que nasce quando morre
E que é desprezo quando sinfonia de vida bela.
idilio
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Teu sono
para Cauã
Por onde andas amor meu ?
Aqui onde dormes certamente não estais
Tu viajas e não posso guiar-te
Não tenho controle sobre teus atos e gestos
Por onde andas ?
Entre nossos corpos não existem espaços agora
Mas por onde andas,
tão distante de mim
Que não posso reter-te aqui
tu és meu infinito amor, és meu fruto meu idílio
és tão meu e mesmo assim, por mais que queira
não posso manter-te aqui
nem tu, pois viajas por terras desconhecidas
por mundos estranhos a nós
mas onde andas por lá anda meu desejo
de guiar-te
e assim, imploro aos anjos dos céus
guia meu anjo nas terras dos sonhos
leva meu bem pra perto de Deus
idílio Araújo.
canto para a volta
E se eu morrer amanhã
Quero um sorriso em cada boca
Que canta a minha volta
Quero um lindo gemido
Do lábio que beija
A alma liberta que voa
Pra longe
Bem dentro de mim
Quero um coro de vozes
Que cantam saudades
Do gosto da terra
Do cheiro do campo
Que engole a carne
Da arte de Deus
Quero está ao lado da procissão
Avante irmãos!
Destino
Os céus
Nada de sofrer na estrada
É só a volta
E se eu viver amanhã
Quero um sorriso em cada lábio
Que beija a minha partida
Quero um gemido
Da boca que inventa a saudade
Que aprisiona a alma
Dentro do corpo nu
Quero uma flauta
No silêncio do dia
Avante irmãos !
Destino
A próxima parada
Nada de sofrer
É só a estrada
E se não houver amanhã
Nada quero
Nada sonho
Nada espera na volta
Só restará uma lágrima fria.
Idílio Araújo
meu nome é idílio
Às vezes procuro a porta da minha amargura do meu destino, e por vezes entendo que o caminho que busquei elevou meu espírito além do bem e deixou minha alma frágil às vicissitudes do orgulho e da mesquinhez.
Não existem portas nem chaves, apenas eu num imenso mundo sem casas nem ruas, um vazio permitido, mas um vazio de mim, de nada produzir nem nada ser.
Entre o orgulho e o descaso , entre o esquecimento e a gratidão, não a memória do coração,mas a gratidão esquecida , o amor povoado por textos e caminhos.
Às vezes o vazio preenche o meu mundo, outras sou só, e digo, não consegui visualizar quem me roubou de mim, e só creio que sou algoz de mim.
Entendo , usando como sustentação o pensamento, que devo aprender e apreender a lição do esquecimento, e do desprezo, quiçá, uma lembrança fria de uma esperança da volta.
O mundo está povoado por tristezas e corrupção, por homens que tem poder e nenhuma moral, mas também existem homens tristes, homens que choram a injusta medida do tempo, injusta aos olhos dos cegos, aos olhos do acaso.
O esquecimento dói, e fere a alma impura.
Estou aqui, vivo, apesar de dores que povoaram minha alma, vivi como homem que espera, pode não chegar a minha angustia, e a minha espera pode passar uma vida, mas que vida , que tempo.
Meus sonhos foram todos perdidos, mas não morri de tédio, busco outras conquistas outros mares, e quantas vidas vivi aqui.
Não que entenda o meu hoje, não que me impressione o futuro, mas o que se espera, quando nada se busca?
Foi difícil chegar até aqui, na verdade foi cansativo, porém depois de um longo percurso nada encontro meu, expressamente nada, nem a vida, minha poesia não povoa meu mundo, meu romantismo não sente prazer em amar, minha música não aninha mais nenhuma alma, nem viver nem morrer, tudo é pecado, tudo macula a alma impura, o meu medo é não sentir mais emoções.
O que fazer quando o temor mais improvável chegar e tornar-se rotina, quando não se tem emoção no dia a dia, quando não se tem mais lágrimas, quando o por do sol não tiver mais sentidos e a lua cheia não representar mais nada em tua vida.
Lá no berço da minha mocidade, só lá encontro o meu idílio, lá era a casa da minha casa, eu amava tudo com força, e a minha emoção era a minha estrada, vivi assim, entre o sonho utópico de vencer e o futuro, meu presente era o desejo e a ilusão, nada de realidade, nada de dores do presente, não existia dores pois se vivia no amanhã e no amanhã não existem tristezas, pois o amanhã ainda não chegou.
Eu vivia meu mundo no extremo e não tinha hora e nem dia, não tinha nada só eu e meu mundo.
Roubaram de mim a minha alma, de repente o mundo acabou, e não existiu mais nem sonhos e nem o despertar.
Meu nome é Idílio 2009.
energia disforme
A vida meu amigo é uma breve temporada, que engloba várias histórias, mas tão pequenas em tempo que chegam a ser esquecidas em vários momentos, e cada espaço percorrido torna-se um átimo , depois e uma eternidade no durante, no existir no momento.
E nessa vida deve-se buscar além da preparação para os prazeres materiais, sobretudo, a espera, a preparação para a dor que se avizinha, pois entre um dia e uma noite sempre existirá um morrer e um novo dia.
Se o amigo busca apenas a alegria de momento, saiba que de momento tudo é efêmero, o que fica e o que resta em nós é a alegria na dor, é a resignação na espera, é espera na dor.
Tudo meu jovem compositor de vida, é reflexo, o próximo instante reflete o antes, as conquistas são tão frágeis.
Prepare a sua amargura, objetive a sua vida para que a dor chegue e ao se instalar se depare com paz dentro de ti, e entenda que é passageira, que não mais que um instante, que dura menos que uma vida.
Não se desespere nunca, desespero é falta de preparação para o futuro incerto, desespero é prolongamento do medo , e semântica da dor.
A vida meu amigo é oportunidade de renovação, é oportunidade de rever erros e fatos, de rever amigos e alegrias esquecidas, é oportunidade de evoluir a alma impura, é a chance de vencer uma nova etapa.
A felicidade é alheia a nós, ela pertence aos outros, a quem amamos, aos filhos e pais, a felicidade está no outro, externa a nós, ela é um veículo de transição um veículo de união é a paz sonhada.
Não se pode ter dois tempos, tem-se sim dois lados , duas etapas, tem-se dois momentos, várias vidas, várias histórias, tem-se sim muitas oportunidades.
A magia , a energia doente, o erro , o engodo , a falsa certeza da eternidade do conhecimento, a sabedoria não se despedaça no tempo.
Meu nome e minha história, serão novas etapas no mundo das energias disformes, no mudo das certezas irreais.
Zara Feus.
emoções
A vida está desenhada no astral
as emoções
Certas paixões não devem ser vividas
O amor não está limitado
Mas fica escondido em um olhar
O amor não explode
Não é desejo
Nem se resume
Não é um beijo
E sentimentos passam
Paixões são deliciosos momentos
Todos temos um ontem
E não se pode fugir da escuridão da noite
E no plano do olhar
Se esconde tantos segredos
O que fazer
Se toda dor tem sua sina
E no campo em que te encontro
Não existe canto pra te endeusar
Eu que já vivi tantas mágoas
Não deixei de saber
Nada de amor passa
Em sentimentos opostos
O que se pode Ter
Eu ou você?
Olha as mãos que se encontram
Quando se separam já é saudade
E não se pode beijar tudo aquilo que te alegra
Idílio Araújo....19.11.98