domingo, 5 de setembro de 2010

sua majestade o mendigo

caminhando pelo asfalto
lá caído
mais um sonho passado
é o seu jeito de ser assim
embriagado, embriagado

e o seu cachorro cansado
a chorar pelo rei
seu único súdito e amigo

e o menino que passa
por não saber que se trata
de mais um reino em desgraça
cospe nos restos da coroa caída

sua majetade o mendigo
em você vejo o menino
que corria pelos quintais da vida
e hoje não passas de ferida
no coração do mundo

e de mim o que podes querer
senão apenas o meu olhar
e do vento o que podes querer
senão apenas a carícia e o beijo
e de Deus o que podes querer
senão apenas o seu perdão

toda vez que vejo você
lembro do céu
do azul do mar
e da floresta o verde que há
e minha voz insiste em dizer
mendigo sou eu não você

idilio

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