lembro bem sianinha
dos nossas sonhos dourados
da boemia tristonha
lá do nosso regaço
é uma vida enfadonha
quando se busca a saudade
quando se descobre já cansado
que a luta é fado
lembro com tristeza
a mutação do homem
hoje amor
amanhã dor
hoje estrela
depois apagou
lembro bem sianinha
e o desejo pagão
que nem em si busca razão
no fim da estrada
deixa marcas sem fim
mas ainda hoje menina
lembro que nem tudo é sina
em cada rua há uma esquina
ainda chora sianinha
meu coração já cansado
pois o ato de querer
nem sempre é voluntário
e impede da razão
ter seu lado.
Idílio inspirado por Cassimiro
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