quarta-feira, 29 de setembro de 2010

pai! em que campo brilhas?

Pai
você nunca mostrou-se como eu te quis ver
um amigo
isso não faz sentido
eu que sempre te busquei assim

não poder desabafar contigo
para chorar minhas mágoas
e alegrias abafadas
fez-me cético

tanto tempo distante
de ti
e nunca imaginei como te perdia
dia a dia

e hoje queria ter-te aqui comigo
aqui sentado ao meu lado
a falar-te da dor e do pecado
de tudo o que existe

dar-te um beijo e dizer-te
o quanto te amei
quantas noites sonhei
com você no meu portão

a sua chegada e a minha partida
teu filho, meu filho
tua mão na minha mão
na mão do meu filho

você jamais irá saber
do mundo que fui escravo
nem das liberdades que proporcionei

o quanto te magoei
e não pude dar-te o teu sonho alado
e não pudestes dar-me
o prazer de ter-te
meu pai

e agora me pergunto
porque não me ensinastes a dançar
agora que as portas estão fechadas

eu não sou mais teu filho
e tu não és mais meu pai

idilio

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