quinta-feira, 9 de setembro de 2010

as bordas do meu vestido

há quem me pinte frágil
e desenhe em meu peito a maternidade
há quem me queira de súbito
e me esqueça depois de saciar sua desdita e agonia

há quem me ame simplemente por ser mulher
e me entenda sensível
mas olvidam que carrego as dores do mundo
pela angústia de amar meu mundo

há simplesmente um abismo em meus olhos
quando me perco com os olhos na estrada
e observe lentamente o meu amor se perder no fim do dia

e o amor é meu alento e minha espera
a minha luta não termina a cada dia
e não amanhece logo após meu padecer

sou livre e minha alma arremata por fios invisíveis
pois sou mulher e carrego em meu ventre
a esperança do mundo

meu coração é porto e meu corpo o aconchego dos viajantes
esquecidos na porta do novo mundo

vem! que te espero

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