quarta-feira, 22 de setembro de 2010

a fragilidade da bondade

Ao contrário do que se passa com a injustiça, a bondade traz em si uma fragilidade que só pode ser percorrida habituando-se a transformar silêncio insigniificantes em sinais de orientação.
Entre a injustiça e a bondade assenta uma tensão dinâmica dos ambiciosos e dos justos.
Com o colapso do egocentrismo a bondade deixa de poder renovar-se e entra em crise final.
O fato de continuar ainda a existir deve-se a inércia que se esconde atraz das fachadas do bem.
Entre as ruínas do amor dividido, pode-se presentir os vagos da emergencia de uma nova cultura do bem.
Vivemos pois um tempo de esquecimento da bondade,um tempo não muito diferente daquele da preparação da vinda do Cristo, um tempo de reparação.
A transição da bondade tem várias dimensões que evoluem em ritimos desiguais. Distingo duas dimensões principais, o amor e o ódio.
O amor é um sentimento prudente para a vida descente, mas é menos visível que o ódio, que se fortalece com a indiferença.
Essas dimensões desiguais e excludentes, oferece-se a uma multiplicidade de análises, mas concentro-me na indiferença, que é o ódio extremo e indicador de desrespeito à bondade em um dilema de contradições.
Ao apresentar a fragilidade da bondade, procuro desenvolver a possibilidade de emancipação, que ainda julgo ser possível, para o amor. O que deixa de ser possível é a transformação da indiferença em amor.
O segundo desvio dessa relação diz respeito a injustiça que é subversiva e centrifuga a bondade em uma imaginação utópica de serenidade para os eventuais desavisados da crise que se instala no dia a dia, na luta entre o bem e o mal.
Por fim, apenas falo mais do que sei e vivi e reconheço o meu limite e cada vez que penso, maior ele se torna, pois que sou homem.

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