sexta-feira, 3 de setembro de 2010

a falência da miragem do amor carnal

 

O quer dirias a respeito da falência da miragem do amor carnal?

A degradação das relações que o amor sustenta ou talvez a oposição entre o império da convivência e a modernização drástica da solidão.

Dirias, que os homens deixaram de ter nomes  e uma história, dirias até que para muitos deixaram de ser perplexos e sentem grandes dificuldades em identificar o simples.

O correto das relações entre amores desfeitos é o poder da indefinição ou indeterminação do passado,  não é fácil permitir o que  somos e esquece-se tão rápido das fraquezas  que vivemos e ignoramos o que conhecemos e a trajetória de um ponto que fomos.

O que dirias tu, que o conhecimento emancipa ou que o amor acabou?

Na atual fase dessa transição o silêncio seria a construção que se afirmaria como sintoma do fim, porém como fazê-lo falar sem que ele apenas fale necessariamente o que pretende falar.

Seria tragédia pessoal  não fosse cômico a atitude de gritar pra espantar o fim, minimizar a neutralidade da intimidade e concomitantemente, a ação rebelde parece tão fácil que se transforma num modo conformista alternativo, ficar ou partir.

No final, a capacidade, antes um consenso de beleza e de admiração, passou a conviver com o assento da resignação e do asco , portanto a desmistificação e o inconformismo.

Como fazer para recuperar a esperança no amor e o realismo desesperado de uma espera. Há um desassossego no ar, a sensação de estar no ocaso do tempo, entre um presente que ainda não nasceu e um futuro quase a terminar.

Dirias, não mais me fascina o teu olhar nem teus sonhos que dormem sozinhos dentro de ti, não mais me embriaga respirar teus anseios, estou emancipada de ti e o amor se transformou mas não acabou.

Dirias, apenas dirias pois tua voz calou pra mim

Idilio em 23 de março de 2010.

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