Eu ando preso em liberdade pela cidade
E sei de soslaio que há vidas em frente
Que pena se não reparo nas ruas
Se não sei da grande tristeza
Que nunca disse que tinha
Mas ando como quem anda num campo
E vivo a esmagar flores e versos
Vivo como que perseguido
E o algoz sou eu
Porque não era assim em outros tempos
E vivia como o primeiro momento
A guardar alegrias e conquistas
E na presença do que eu era
Nunca ouvi da mentira o murmúrio
Quem me dera que a noitinha voltasse
A ser o que era
Eu nunca imaginei minha alma
A seguir e a olhar como se o mundo fosse só a volta
Mas assim, fico triste quando sozinho
Sento e escrevo versos
Mas a minha tristeza é sossego
E a minha dor justa
Pois não tenho nem ambições nem desejos
E se às vezes choro e espalho pela encosta
Sentimentos frios
É mais prazeroso que o vazio
Que se espalha dentro de mim
Não sentir é dor suprema
É como se morresse com olhos e alma
Com corpo sem sonhos
idilio
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