quarta-feira, 25 de agosto de 2010

saudade invenção da dor

saudade é invenção da dor
pra disfarçar

que dói
tanto
que adormeçe os sentidos

e se pensa

é só saudade
não é dor


Zara Feus

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

sentença condenatória

É o relatório

julgo.

 

" acalma a tua dor, não te culpes

se o sofrer te corroe a carne e o espirito

não te culpes

não fiques por isto em desalento

mesmo que chagas mascerantes te desnude o peito

ainda assim serás luz imortal

e não precisas prosseguir de rastros

os teus olhos são dois astros

e falam de amor

nem que te pese horror terrível

não te culpes. " Idílio Araújo.

 

 

domingo, 22 de agosto de 2010

penas perdidas

não quero revirar sentimentos perdidos
nem encarar frases que ficaram no ar

não quero voltar a penas perdidas
em busca de amores vazios
para ocultar a minha dor

estou aqui e posso dizer o que vivi
e a vida segue sem um fim
só essa certeza é o guia que se interpõe
entre o meu eu de agora
e o que desenhei na história

não quero flutuar em um passado
nem encarar a íris do tempo

busco a ausencia das ilusões
seguirei estradas mais seguras
com os pés plantados na certeza

serei meu guia no fim do mundo

sábado, 21 de agosto de 2010

asas partidas - Para Fernanda

imagine a porta aberta
e você voltando
a casa vazia e um silêncio asfixiante

a vida lá fora, o medo do mundo
as dores perdidas e o erro sem volta

o amor que se perde
a sua mágoa que grita
volta! volta!

pedaço de mim dilacerado
quando caminhas perdida na chuva
e minha mão não pode abriga-la
pois não nascestes de mim

a minha angustia é proteção
o meu grito ecoa no escuro
a minha tragédia é o conhecimento
a minha crítica preocupação

imagine a porta aberta
e mesmo que pareça fácil
imagine a casa sem um de nós

não uma ausência efêmera
mas a partida sem voltas

não poderia imaginar-te assim
eis que mesmo que não nascendo de mim
és pedaço meu
pedaço de mim

idílio para Fernanda

Tássia

Tássia

Ouça meu amor
agora que inicias a vida
e os sonhos buscam a hora da partida
não permitas que a ilusão te reduza a pó

Vais meu amor
o meu peito já está cansado
e o meu sonho ferido
que posso te dar
se nao um sim e um não

A minha vida nao foi fácil
e a tua sonhei leve
imaginei para ti
nao uma alma deserta

Mas noto que nao podem ser minhas
as decisões que são tuas
e sinto um vazio imenso
mas meu amor não se vai


meu interesse é assim
ter você sempre perto
e eu entenderia e compreendo se estáis voltando

eu te amo
e isto é suficiente

Idilio. 11.2004

coma

hoje foi um dia diferente de todos
foi o primeiro depois da minha morte

o dia em que viajei
talvez pelo caminho que não queria

mas confesso
quando senti o corpo desfalecer
e todas aquelas pessoas ao meu redor
a tocar meu corpo sem dor

e mesmo sem comando de mim
as palavras tocavam minha alma
ouvia tudo sem medo
sem lembranças da dor que deixaria no mundo

o gelo percorreu meu corpo
petrificando suavemente em um percusso lento
dos pés ao peito

o despertar com uma agulha a rasgar a carne
e a dor no peito a sair da garganta
em um suspiro mórbido

o alívio da volta
o corpo traído por uma entranha que trabalhou mal
e o sonho interrompido por um som estranho
pi...pi..pi...
escrevendo uma saudade

pra que tanta pressa
voltarei um dia , mas espera
não tem que ser agora
espera...espera...


idilio em 27.03.1996

pesqueira

a cidade invia que me enamorei
que também teve seu berço
às margens do ororubá

o páramo a derramar estrelas
e o trigo que cresceu lá
o sonho que partiu mar adentro
voltar! voltar!

a plus do agreste
em ladeiras que tocam os céus
de cordizes e profetas
poetas de xavantes a xucurus

e sobe a araújo maciel
terra mãe gentil que embalou a lira
do cantor sem voz que nasceu e cresceu lá
às eiras da serra do ororubá

hora verte a toga
que é a porta da lira
de moacir a idilio
da noite de lá

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

filho

Filho é pedaço de mim

é um amor assim

além do limite do fim

 

é o eterno

pois está sempre alí

sem voltar nem partir

 

filho é certeza

é a iris dentro do olho nu

é a boca que espera o riso

é a lembrança antes de partir

 

filho é assim

o complemento de mim

o que eu sou

não reflete na minha esperança

o que penso ou invento

está em um fim

além de mim

 

filho é assim

e o que seria

a minha história

sem todas as metades de mim.

 

     idilio 28.12.2005

 

dois pontos

Há um sonho esquecido no ar

Que não permite o homem chorar

E chorar bem que é preciso

 

É preciso voltar

 

E a lágrima é uma viagem

Entre a nostalgia e o calar

 

Há uma paz esquecida no ar

Que não permite o homem sonhar

E sonhar bem que é preciso

 

É preciso calar

 

E o sonho é uma viagem

Entre o que já se foi

E o que seria

Se fosse diferente

 

felicidade

Quando se poderia entender um mundo sem dores

Sem despedidas , sem amanhã, entenderia que sozinho não poderias sentir felicidade

Entenderias  que sozinho o mundo é vácuo,

Mas entenderias um mundo sem partidas?

Compreenderias seguir um depois

A minha alma anseia por dias melhores, mas não compreende a necessidade insofismável da dor

Da lágrima que se verte em despedidas

Poderias fascinar o amanhã sem dores, mas compreenderias a lágrima sozinha

E se permitirias viver por viver?

O meu amor é triste, a minha alegria vendaval, enquanto houver quem pulse e externe no coração um grito de desespero, enquanto  uma alma lacrimeje a dor da tempestade

A minha solidão é vendaval, e caminha ao longo  dos passos da humanidade perdida

Como poderias  te dizer que fui tristeza ou alegria

Como poderia sorrir ao mirar tua Iris em prantos

E o teu grito abafado pela tua desdita

Comove a minha entranha

Entorpece meu amanhã

Preferias tu que gritasse teu nome e clementes endereçastes a mim tua esperança

E eu apenas lamento teu desespero

E diria

Que dor trago a corroer minha alegria e juventude?

Imagine o mundo distante da despedida

E na volta o esquecimento, sem nomes , sem passado

Apenas a lembrança do que fui perdida entre vidas

O meu querer é pouco

O teu lamento escravidão

Viver dia a dia sem se lambusar em lágrimas

Viver dia a dia sem misturar teus passos

Não permitas tu alma impura

Que o passado direcione teu amanhã

Te pergunto tresloucado amigo

Porque viver do que fui?

Misturar dores embeber prantos

Olvidas vidas , segue em frente na felicidade permitida

Volver sua marcha é perder a visão do amanhã

Efêmero perdido amigo

Sem sentido a solidão do momento, sem motivos os prazeres perecíveis

Desenlace  e marche

Meu nome?

Leonardo

Idilio em 30 de abril de 2010

o terceiro milagre

Existirá um terceiro milagre

Ou a vida se mostrará efêmera?

Uma porta sem volta

Um tempo nu

Que estrada se mostrará depois da vida?

Que caminho trôpego

De uma malsinada espera ?

Que tempo?

Que vento se embriagará de mim ?

Que volta  ou dor em sustenido

Se rirá de  mim

Eu vou seguindo assim

Não sei da estrada

Mas sei será assim

Existirá um terceiro milagre

E a morte não será o fim

Uma porta e uma volta

Um tempo nu

Eu sei será assim.

Idilio em 21.02.04

 

os espelhos que nos viram

queria encontrar-te
nos espelhos que nos viram
petrificar teu sorriso
na boca que te espera

se cada espelho foi janela
pra alma
queria encontrar-te nos espelhos
que nos virão

mesmo que utópico o amanhã
mesmo que no infinito
percorre-se os espelhos
e meu rosto se perca
nas vidas que enlaço

queria ainda assim
encontrar-te
em rostos e vidas
no espelho que reflete
nossa história e voltas.

idilio

haverá alegria no fim ??

todo fim tem um sentimento mórbido
que devassa a alma
que arranca lá do ventre
o desejo de não nascer
talvez exista alegria no fim
pois o fim é efêmero
e o começo de um mundo
sem aqueles que padecem

todo fim tem dois lados
um que é fábula, que esconde
que mente que não sente
o outro é chegada é nova estrada
a porta para o desconhecido

é o fim, portanto não tem passado
é assim, somente o fim

não tem espelhos
não reflete mais nada
não tem tristesas
não esquece
é simples
é o fim

só tem que seguir
o fim não volta jamais
há quem duvide se anda em alguma direção
se for fim
não tem mais memórias
será o fim
não tem para onde seguir
é o fim.
idilio em 07.03.2009

direito ambiental

O objetivo da tese  é discutir "a vida" sob o enfoque do Direito. A vida como bem supremo, tutelado pelo Direito.

Nesta ótica, caminharei nas diretrizes do Direito Internacional penal Ambiental, tendo em vista a preocupação institucional com a vida e o crescimento vertiginoso na comunidade internacional na última década, com governos e instituições internacionais debatendo, estudando e  propondo, na seara jurídica, através de tratados, convenções, sanções e normas internas, alternativas para a defesa e a preservação do planeta. 

O Brasil, só recentemente, e tardíamente, vem dando sinais de preocupação com tal problemática.

Um avanço significativo foi dado em 1988, quando da elaboração da atual Constituição Federal, pois, com ela, nos foi legado institutos que nos permite a estruturação de uma legislação ecológica e ambiental forte e coerente  , apesar de ainda pouco explorada.

Quando se detém o olhar, da questão ambiental, no Brasil, pela minuscúla iris do Direito penal, constata-se a dificuldade da tipificação das condutas destrutivas do ambiente, quiça, quando tipifica-se, considera-se, em sua maioria, crimes de menor potencial ofensivo, desconsiderando-se o principio da proporcionalidade entre o bem jurídico tutelado e a pena, sendo esta questão, um dos problemas focalizados nesta pesquisa.

Buscamos demonstrar que a vida e o meio ambiente deveriam, com mais rigor, serem tutelados jurídicamente pelo estado através da lei penal, uma vez que o Direito penal é a derradeira forma de controle social, o ocaso da preservação da vida e da proteção das gerações futuras.

Destruir a natureza é destruir a vida no planeta: o que não é apenas um crime ecológico, mas um desvio cosmológico, uma vez que o planeta faz parte da vida cósmica, do sistema planetário.

Delimitamos o nosso estudo nos crimes ecológicos de destruição do direito humano a o global common. O delito contra o meio ambiente que tem como objeto tutelado o global common, é  crime contra a vida, a forma mais hedionda de crime, visto que, a destruição lenta e irreversível do ambiente, é a eliminação da vida humana.

É nosso próposito, discutir questões, analizar as penas e os crimes ambientais em cotejo com o principio da preservação das gerações futuras e apresentar sugestões que possam colaborar com a instrumentalização da sociedade na guarda eficiente da ordem natural, dentre elas a elevação dos crimes ambientais a crimes hendiondos de per si. 

Evidencie-se que a majoração das penas para os crimes ambientais que atentam contra o global common e a sua consideração de hendiondez, permitirá aos Tribunais brasileiros atender a um dos principios norteadores do direito ambiental, qual seja a  proteção das gerações futuras na aplicação das penas, através de decisões mais justas e mais severas. Esta visão  está em concordância com Pedro Sérgio dos Santos, na observação de que "a vida enfocada em seu contexto como sistema ecológico , tem merecido nos últimos tempos um olhar mais cuidadoso do Direito , motivando legisladores, julgadores e doutrinadores a refletir e producir um instrumental jurídico-normativo que pelo menos sirva para minimizar os dramas ecológicos e ambientais globais e regionais".

A relevância da questão ambiental secundando a ótica do Direito penal e a preservação das gerações futuras,  motivou reflexões e estudos que tiveram importância decisiva na escolha do tema dessa pesquisa.

Através da consulta da legislação e jurisprudência, de entrevistas com especialista na área do Direito Internacional Penal ambiental, análise do impacto das decisões dos tribunais e a proteção do meio ambiente, além do estudo  de Direito Comparado entre Brasil e Argentina, e busca bibliográfica, serão coletados dados para a fundamentação da pesquisa e consequentemente a proposta de elevação das penas no que tanje aos crimes ambientais global common , além da possibilidade de reconhecimento da hediondez de tais delitos.

o global common

imaginar um mundo sem vida humana é inconcebível
imaginar vida humana sem meio ambiente é impossível
pensar o Direito como possibilidade de permanência da vida humana é indispensável
crer no poder coercitivo da sanção penal como fonte inspiradora de proteção às gerações futuras, é suficiente
entender que a destruição lenta da humanidade através de práticas dolosas ou culposas contra o meio ambiente são crimes hendiondos, é necessário
imaginar um outro mundo possível, um mundo onde a humanidade permanecerá
é o objetivo

os restos de nós

fui tua menina
tua diva e mulher

te amei como amam as loucas
te imaginei meu
e menti

fui tua flor e te desejei
feito megera
te trai dia e noite

chorei por ti feito mãe
que espera

amor meu
que tempo abraçaria nós dois?
que mágoa partiria sem volta?

se te quis sem saber
sem entender
o que era feito de nós

e agora
sentada estou e observo os restos de nós
e pergunto
valeu a pena amor??

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

purificar e destruir

injusto é não poder viver as tuas conquistas
é ser esquecido e abortar os sonhos
é viver por viver
não por decisão unilateral
mas por imposição dos "justos"

é amargar a tua desdita
e esperar o dia para dormir no amanhecer

é parecer despercebido e sentar em frente ao mar

se embriagar sozinho

é querer partir e não ter forças pra deitar

injusto é ter que ouvir "os justos"

é derramar pela boca
o gosto amargo da impotência dos fracos

é a covardia dos infelizes
de manter-se triste e lacônico

é a imprudência conformista
por falta de vontade no desejo insano
de viajar por além mar

de esquecer seu mundo
perder o juízo

de ir pro extremo do escuro
e ficar quieto
observando o trem passar

injusto é amar um retrato
é se perder em um fato
é enlouquecer na voz

injusto é ter que provar que não fez
o que ficou perdido e dito
é sorri com os olhos naufragados


idilio

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

mano Filipe

Acho que você viajou

Talvez visitou o céu de Èbon

Caminhou descalço

Na avenida azul

E lembrou com saudades

Da cruz e do malhete

 

Buscou João

Na avenida 23

Não lembrou do aprendiz

Até chegar no bairro 33

 

Nadou na ilusão de Rita

Chorou por sentir o nome

E sorriu como nêgo sorria para o mundo

 

Acho que você viajou

E talvez sinta saudades

Talvez eu sinta saudades

Quando caminho

Entre o esquadro

E o compasso.

 

Idílio.

meu nênê

Dorme assim

O sonho não é ruim

Dorme em paz

Que eu volto

Meu bem pra ti

 

Dorme nenê

A noite vai brincar

No céu um anjinho

Te espera

Pra ti ninar

 

Dorme meu bem

A vida vai chegar

Teu pai hoje sonha

Pra amanhã

Nenê não chorar

 

Dorme assim

Não chora meu bem

Sem fim

Nenê quando chora

"a dor dói em mim"

 

Vai chover

A chuva molha nenê

Vem que papai

Não deixa molhar nenê

mon premier amour

Mon premier amour

 

Là bas!

Quand j'étais jeune

J'avais mon premier amour

L'amour restait dans le passé

 

Aoujourd'hui

Quand je regarde pour la fênetre

Du passé

Je suis seulement à regarder

Pas retourner

 

Tout lieu est joli

Et mon jour infini

Je ne pense pas retourner

 

Vous ne savez pas

Quand j'étais petit

J'aimais comme aoujourd'hui

 

L'amour cést l'amour

N'importe quel temp

N'importe quel jour

 

Mais dans l'amour

Pas retourner

Parfois seulement

Regarder pour la fênetre

Du passé.

 

                       Idílio

pas comme ça

 

Je suis parti

Pardon mon chére

Quand un homme tombe

Son âme se trouve

Rendit all'à travers le monde

Son âme se trouve foncée

 

Je suis parti

Pardon mon joli

Change l'avie

Voilá la mort

 

Dites-moi

S'il vous plaît

Que faisons-nous aujourd'hui?

Ou sommes-nous?

A quelle heure finit la douleur?

 

Je ne comprenne pas

On part

Un peu seulement

Est trés diffficile la vie

Quand un home tombe

Son âme se trouve foncée.

 

                   Idilio.

 

 

Pesqueira ( o jardim das ladeiras )

E corria o menino livre do sonho

A namorada no jardim das ladeiras

E corria prado num convento alado

E fugia da matriz com medo de Águeda

Buscando ser rei da menina Dorotéia

Que se escondeu no Cristo Rei

Às margens do seminário

Do mundo infante

 

E subia como Araújo Maciel

Se escondeu no céu do ororubá

E a fábrica ruminava a lembrança

De uma vida

"Admiráveis beatles" índios das ladeiras

Entre o União e Comercial

Bananeiras

 

O profeta também fugiu pro céu

Baixa, baixa a vida pelo canal

E a praça a visitar o maestro

Com seu piston e o dedal

 

E o motorista sublime pai e filho

Também foi índio no pé da serra

Mas fundou o "doutô" e poeta

Da atenas do Agreste

Viva seu Chacon

Viva a menina de cabelo de trigo

Amoréco velho amigo

Viva a lágrima esquecida

Na dor suprema

Do terceiro de uma raça

 

Voltei e encontrei Pesqueira

Terezas num sobe e desce ladeiras

Suzanas e a cachoeira

Cataratas do ororubá.

 

 

Idílio araujo

 

novo aeon

Novo aeon

 

 

eu sonhava com um lugar mágico

onde todas as dores se dissolveriam

assim como se falava na Bahia

um lugar sem descaso sem insulina

e coisas mais

eu sonhava com um céu diferente

sem o choro e sem a solidão

eu imaginava essa viagem pras estrelas

e lá a cidade perfeita sem sinos e coisa

assim

sem relógio e sem voltas

um lugar sem portas

eis me aqui

de volta

no inicio de mim

de volta em frente a porta que sai

eis me aqui, no mesmo instante e lugar

que deixei

antes de vir

e segui

nada de ilhas ou mundos desiguais

nada de idiotas a dizer-me queixas

na saída de mim

apenas a mesma porta e a mesma casa que deixei

antes do fim

antes de me deixar partir

mas estou cansado e meu corpo pesa mais

muito mais

não sei bem se é o inicio ou ofim

mais sei bem não é o meio

da jornada que pensei

existir depois de mim

não sou mais eu mesmo

mas sou assim

 

idílio inspirado por Raulzito

 

o demônio do meio dia

Tempos de deslizes e reações

Tempos de nada sentir nem dor nem razão

E de tempos em tempos uma lágrima e um sorriso

 

Tempo roubado e tempos perdidos

E de quando em vez a lembrança de vida vazia

 

O poder e o descaso, o aplauso e o desprezo

A sinfonia de vida bela e a vida em branco e preto

 

Tempos e tempo de fragilidade e demônios

Entre o dia e o ocaso, entre a noite e um novo amanhecer

 

Tempo de espera e tempo de partir

Tempo de mim e tempo sem mim

 

Homens e magias de vidas e voltas

Tempo de filhos e tempo de solidão

 

Quem dera entender que cada tempo é único

E de nada eterno

que o agora é passado

A dor estação de inverno

Espera , tempo de espera

Amanhã será tempo presente

E essa dor não mais aperta

Será tempo perdido será tempo esquecido

Idilio 29.09.2007.

ocaso

O dia se eterniza na noite

No ocaso

 não se sabe onde é dia

Se há noite

Um dia, só um dia nada mais

Uma penumbra encobre o olho que vê

Uma parte que vive e o dia que não se está nascendo

E a noite que não sabe que está morrendo

Sabe-se apenas que é parte e que chega e que parte

 

Que meu peito cante e que eu possa ser feliz

Que essa dor que trago a derramar a minha alegria

Seja a lira que entoa o meu canto

E que meu canto seja a espada que fere a toga

E que a toga espante a dor  e que a dor morra de desprezo e apatia

 Fria como a íris que nada vê

Apenas sente

E sente que às vezes  mente

Que nasce quando morre

E que é desprezo quando sinfonia  de vida bela.

 

idilio

 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Teu sono

 para Cauã

 

Por onde andas amor meu ?

Aqui onde dormes certamente não estais

Tu viajas e não posso guiar-te

Não tenho controle sobre teus atos e gestos

Por onde andas ?

Entre nossos corpos não existem espaços agora

Mas por onde andas,

tão distante de mim

Que não posso reter-te aqui

tu és meu infinito amor, és meu fruto meu idílio

és tão meu e mesmo assim, por mais que queira

não posso manter-te aqui

nem tu, pois  viajas por terras desconhecidas

por mundos estranhos a nós

mas onde andas por lá anda meu desejo

de guiar-te

e assim, imploro aos anjos dos céus

guia meu anjo nas terras dos sonhos

leva meu bem pra perto de Deus

 

idílio Araújo.

 

 

canto para a volta

E se eu morrer amanhã

Quero um sorriso em cada boca

Que canta a minha volta

 

Quero um lindo gemido

Do lábio que beija

A alma liberta que voa

Pra longe

Bem dentro de mim

 

Quero um coro de vozes

Que cantam saudades

Do gosto da terra

Do cheiro do campo

Que engole a carne

Da arte de Deus

 

Quero está ao lado da procissão

Avante irmãos!

Destino

Os céus

Nada de sofrer na estrada

É só a volta

 

E se eu viver amanhã

Quero um sorriso em cada lábio

Que beija a minha partida

 

Quero um gemido

Da boca que inventa a saudade

Que aprisiona a alma

Dentro do corpo nu

 

Quero uma flauta

No silêncio do dia

Avante irmãos !

Destino

A próxima parada

Nada de sofrer

É só a estrada

 

E se não houver amanhã

Nada quero

Nada sonho

Nada espera na volta

Só restará uma lágrima fria.

                                            Idílio Araújo 

meu nome é idílio

Às vezes  procuro a porta da minha amargura do meu destino, e por vezes entendo que o caminho que busquei elevou  meu espírito além do bem e deixou minha alma frágil às vicissitudes do orgulho e da mesquinhez.

Não existem portas nem chaves, apenas eu num imenso mundo sem casas nem ruas, um vazio permitido, mas um vazio de mim, de nada produzir nem nada ser.

Entre o orgulho e o descaso , entre o esquecimento e a gratidão, não a memória do coração,mas a gratidão esquecida , o amor povoado por textos e caminhos.

Às vezes o vazio preenche o meu mundo, outras sou só, e digo, não consegui visualizar quem me roubou de mim, e só creio que sou algoz de mim.

Entendo , usando como sustentação o pensamento, que  devo aprender  e apreender a lição do esquecimento, e do desprezo, quiçá, uma lembrança fria de uma esperança da volta.

O mundo está povoado por tristezas e corrupção, por homens que tem poder e nenhuma moral, mas também existem homens tristes, homens que choram a injusta medida do tempo, injusta aos olhos dos cegos, aos olhos do acaso.

O esquecimento dói, e fere a alma impura.

Estou aqui, vivo, apesar de dores que povoaram minha alma, vivi como homem que espera, pode  não chegar  a minha angustia, e a minha espera pode passar uma vida, mas que vida , que tempo.

Meus sonhos foram todos perdidos, mas não morri de tédio, busco outras conquistas outros mares, e quantas vidas vivi aqui.

Não que entenda o meu hoje, não que me impressione o futuro, mas o que se espera, quando nada se busca?

Foi difícil chegar até aqui, na verdade foi cansativo, porém depois de um longo percurso nada encontro meu, expressamente nada, nem a vida, minha poesia não povoa meu mundo, meu romantismo não sente prazer em amar, minha música não aninha mais nenhuma alma, nem viver nem morrer, tudo é pecado, tudo macula a alma impura, o meu medo é não sentir mais emoções.

O que fazer quando o temor mais improvável chegar e tornar-se rotina, quando não se tem emoção no dia a dia,  quando não se tem mais lágrimas, quando o por do sol não tiver mais sentidos e a lua cheia não representar mais nada em tua vida.

Lá no berço da minha mocidade, só lá encontro o meu idílio, lá era a casa da minha casa, eu amava tudo com força, e a minha emoção era a minha estrada, vivi assim, entre o sonho utópico de vencer e o futuro, meu presente era o desejo e a ilusão, nada de realidade, nada de  dores do presente, não existia dores pois se vivia no amanhã e no amanhã não existem tristezas, pois o amanhã ainda não chegou.

Eu vivia meu mundo no extremo e não tinha hora e nem dia, não tinha nada só eu e meu mundo.

Roubaram de mim a minha alma, de repente o mundo acabou, e não existiu mais nem sonhos e nem o despertar.

 

 

Meu nome é Idílio   2009. 

energia disforme

A vida meu amigo é uma breve temporada, que engloba várias histórias, mas tão pequenas em tempo que chegam a ser esquecidas em vários momentos, e cada espaço percorrido torna-se um átimo , depois e uma eternidade no durante, no existir no momento.

E nessa vida deve-se buscar além da preparação para os prazeres materiais, sobretudo, a espera, a preparação para a dor que se avizinha, pois entre um dia e uma noite sempre existirá um morrer e um novo dia.

Se o amigo busca apenas a alegria de momento, saiba que de momento tudo é efêmero, o que fica e o que resta em nós é a alegria na dor, é a resignação na espera, é espera na dor.

Tudo meu jovem compositor de vida, é reflexo, o próximo instante reflete o antes, as conquistas são tão frágeis.

Prepare a sua amargura, objetive a sua vida para que a dor chegue e ao se instalar se depare com paz dentro de ti, e entenda que é passageira, que não mais que um instante, que dura menos que uma vida.

Não se desespere nunca, desespero é falta de preparação para o futuro incerto, desespero é prolongamento do medo , e semântica da dor.

A vida meu amigo é oportunidade de renovação, é oportunidade de rever erros e fatos, de rever amigos e alegrias esquecidas, é oportunidade de evoluir a alma impura, é a chance de vencer uma nova etapa.

A felicidade é alheia a nós, ela pertence aos outros, a quem amamos, aos filhos e pais, a felicidade está no outro, externa a nós, ela é um veículo de transição um veículo de união é a paz sonhada.

Não se pode ter dois tempos, tem-se sim dois lados , duas etapas, tem-se dois momentos, várias vidas, várias histórias, tem-se sim muitas oportunidades.

A magia , a energia doente, o erro , o engodo , a falsa certeza da eternidade do conhecimento, a sabedoria não se despedaça no tempo.

Meu nome e  minha história, serão novas etapas no mundo das energias disformes, no mudo das certezas irreais.

Zara Feus.  

emoções

 

A vida está desenhada  no astral

as emoções

Certas paixões não devem ser vividas

O amor não está limitado

Mas fica escondido em um olhar

O amor não explode

Não é desejo

Nem se resume

Não é um beijo

E sentimentos passam

Paixões são deliciosos momentos

Todos temos um ontem

E não se pode fugir da escuridão da noite

E no plano do olhar

Se esconde tantos segredos

O que fazer

Se toda dor tem sua sina

E no campo em que te encontro

Não existe canto pra te endeusar

Eu que já vivi tantas mágoas

Não deixei de saber

Nada de amor passa

Em sentimentos opostos

O que se pode Ter

Eu ou você?

Olha as mãos que se encontram

Quando se separam já é saudade

E não se pode beijar tudo aquilo que te alegra

 

                Idílio Araújo....19.11.98